sábado, 31 de julho de 2010




Procuro uma senha,
um valor exato,
uma cor de fundo
e uma canção profunda...
Ou algo que me traga teu rosto,
despenço dessassogo e desgosto.

Um olhar a granel,
uma flor que tenha gosto de mel,
cinco dias ao mar à deriva de ti,
qualquer coisa que me faça sentir
nunca sem ti...

Guilherme Zapata

sábado, 24 de julho de 2010



Oráculo de Vénus

Nosso corpo, cheiro de pólen,
perfume do vento, sedento.
Primavera nos olhos, Setembro,
signo tão virgem.
E o teu perfume labirinto,
puro segredo de esfinge.
Devora-me ou desnudo-te,
noite à fora e eternamente.
Nosso amor é semente
que floresce tarde à dentro,
meu oráculo de Vénus.

"Ver-nus"

Guilherme Zapata

sexta-feira, 23 de julho de 2010

 
Caleidoscópio

Um turbilhão sonoro ecoou em meus tímpanos,
quebrando então o restante de razão
que em meu cérebro jaziam...
Agora estou assim,
um verdadeiro caleidoscópio de pedrinhas de razão,
que brilham como cristal à luz do sol,
com milhões de cores, quase infinitas...
Agora sou assim,
pedrinhas de razão que se atam nas cores primárias
e vão se unindo mais e mais, formando brilhos infinitos,
um turbilhão de cores que devoram a razão.
Fim. 

Guilherme Zapata


Paradoxo do Eu

A ausência minha em mim mesmo
Causou-me dor profunda na alma
Que pensei não mais existir.

Sou o outro de mim mesmo
Dentro de um corpo entorpecido
Pela dor de não ser mais aquele que fui.

Outrora, fui o eu que pensei não ser,
E agora sou esse Eu aquém de meu ser.

Ah! Se Deus ao menos pudesse me ouvir,
Porém,a quem ele escutaria?
Talvez fosse o outro que falas com a voz do meu Eu...
E eu sendo o outro que está aquém desse Eu mesmo falaria com qual voz?...

Ai Deus! Perdi-me de mim mesmo,
E agora perdido não sei por onde ser...

Guilherme Zapata


A.

Ah Deus,
se me fosse reservado aqueles olhos
e aquela pele angelical,
juraria vencer todas as quimeras...
Venceria o mundo, e diria apenas sim...
Seria todo amor,
traria a paz em minhas mãos
e a colocaria no coração de cada homem.
Traria também canção e poesia
para acomoda-la na alma como fantasia,
pois essa seria a esperança de cada ser vivente,
e cravaria nos diamantes de brilho eterno o "A" que há em teu nome,
e que também é "A" que traz Amor e Paz ...
L'amour... Há paz nos corações!

Guilherme Zapata
Litoral

Meu coração bate
junto as dobras do mar,
num ritmo atípico,
hora forte, hora suave...
Vento forte à beira mar
traz de longe teu olhar,
como numa nuvem de areia
rabiscos entre as nuvens, raio solar.
Assim é teu sorriso,
puro brilho dourado,
mar azul por trás dos montes,
coração a trovoar em longas tempestades.
Ecos sonoros... sonoros....
Assim ao longe me vem ti,
vento à beira mar,
litoral a par de mim.

Guilherme Zapata

 
Leminskiana

Paulo canção,
incenso flutuante,
de óculos redondo
e poesia rodopiante.

Aí cai letras,
palavras desconexas
conectas ao ar,
transforma-se em alma, calma.

Cromatizando
do azul ao verde,
amor transparente.
Transcende,
em amarelo amor,
cor de sol ou
Acorde bemol.

Incenso musical,
Lá me transformou em Sol
diminuto
agudo.
Acorde final,
amor musical.

Guilherme Zapata




Meu coração é um mar em fúria
que rebenta em teus lábios.
Mar à procura de um par,
par na procura de um cantar...
Oceano transcendental.
Minha imaginação é como um vendaval
que enfurece e devasta,
que não deixa sombras, apenas dúvidas,
  e teu amor suaviza minhas tempestades...

Guilherme zapata