domingo, 26 de dezembro de 2010


...

Abandono esse barquinho à deriva,
Vou de mansinho pela proa
E deixo os sonhos se afundarem...

Lá se vai por água abaixo.


Troco todo esse Mar

Pela liberdade do céu,
E a arte de voar...


Guilherme Zapata 

domingo, 19 de dezembro de 2010


Flor de Mel

Corpo flor-de-mel,
Doce beijo que veio.
Nem era primavera,
Mas era ela!

Flor-de-mel, doce
Corpo de desejo, beijo puro
E cheiro de primavera.
Assim era ela!

Corpo, flor e mel
Doce beijo, colorido de desejo.
Veio de pura primavera.
Assim, sem ela!

Guilherme zapata

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010


Baú
 
Meu coração teima em florecer,
Mesmo sabendo que inutilmente.
Porém, não solto palavras ao vento,
Nem mesmo deixo transparecer.

Nesse baú chamado peito,
guardo a dor de três mil amores,
E mesmo com inúmeros nomes,
Hoje é o teu que vem primeiro.

Uma centelha ainda vem a queimar,
Confesso tal fato, todavia, digo também
Que toda chama que arde brilhante
Teima em se apagar em meio ao mar.

E mesmo que seja de doce formosura,
O fel, doce-amargo, desfaz o encanto.
E então já não haverá mais pensamentos,
E sim pedaços de uma branda ternura.

Guilherme Zapata

domingo, 12 de dezembro de 2010


Antes de adormecer

Noites quentes, corpos inquietos,
plenitude ameaçada...
Horas que se perdem, minutos incertos,
infinito inacabado...
Pensamentos inexistentes, desejos a flor da pele,
abraços já moldados...
Volúpia despertante, olhares silenciosos
almas entrelaçadas...

E igualmente a noite adormece
juto a seus amantes....

Guilherme Zapata

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

 
Segunda opção,
  À mercê dos seus quereres,
Na lonjura dos meus sonhos,
Sozinho entre os becos,
Fatigado pela espera...
Queria a primeira opção,
Ser o objeto principal,
O desejo dos teus anseios,
  O clamor de tuas preces,
A imagem do teu pensar...

Mas fico assim,
  À deriva de teu porto,
Mar vazio sem navio,
Luz errante no espaço,
Caminhante sem veredas...
Nem primeiro,nem terceiro,
Resta a mim o segundo posto,
O meio termo de não ser,
A solidão do intervalo,
A precisão do impreciso,
Os segundos de todas as horas...
Sou o rival de mim mesmo.

...sem fim...
Guilherme Zapata 


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


inSÓlito

Caminhando e chutando pedras,
Obrsevando
as estrelas,
E em noites de chuva,
Sentindo as gotas na face.

Perdidamente confuso,

Busco resposta no silêncio,
Entre os desenhos das nuvens
E os rabiscos do chão.

Petrificado a superfície,

Criando raiz insólita
No sólido mar da
Amargosa
desilusão.

Guilherme Zapata

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Poesia a dois

Por ruas e frases, sua fuga.
Por fotos e memórias, minha busca
E talvez um dia ainda lhe pergunte:
por que inacabado era
esse olhar que tanto me ofusca?
Talvez fosse feitiço, whisky,
ou apenas uma dose de boa maluquice,
Misturada ao lirismo das flores
pelas ruas que fostes.

Day Zeppelin e Guilherme Zapata

domingo, 5 de dezembro de 2010


Há mil anos trago um choro em meu ser,
E um novo oceano surgirá
logo que tal choro findar.
Choverei por milênios à dentro,
praguejando em trovoadas
A dor de tortuosas estradas.
Ventarei cortando friamente,
maldizendo a todos os cantos
a aflição de todo meu pranto.
Ousarei relampejar loucamente,
Para quem sabe tudo queimar
e restar somente um mar.
O que trago há mil anos vou agora chorar!

Guilherme Zapata

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Espiral de vente

O vento desliza e acaricia teu corpo nu,
Em um movimento sublime, primoroso,
E traz até mim teu inconfundível perfume,
Que mistura o aroma das plantas,
o cheiro do céus e o olor das estrelas...

Nas tuas retinas observo a vivacidade

das cores primárias, que logo
Se fundem em coloridos lisérgicos
que traçam o espaço vazio até meus olhos negros,
E esses ganham brilhos estelares.

O ardor de teus lábios queima meus sentidos,

alucina minha imaginação, desintegra meus medos...
Misteriosamente esse calor excelso
Se transforma em alma nua e cintilante
E envolve meu ser por completo.

Delírios tomam conta de minh'alma,

Que estranhamente se funde a tua.
Nossos sons se transmutam em canções,
E por último se convertem em êxtases...
Não há fim, pois tudo se transforma em vento,
e o vento novamente desliza e acaricia teu corpo nu
Em um movimento sublime, primoroso...

Guilherme Zapata
 
P.S.: D.:Z.: 

sábado, 27 de novembro de 2010


A maneira certa...

Temos um mar de possibilidades,
Mais o desejo de viver eternamente,
Todavia, o tempo passará rápido demais,
A juventude será efémera,
E sempre restará o sentimento
De não ter feito da maneiro correta...

Mas qual será a maneira correta, se o correto não existe?

Não se pode usar o mesmo tempo duas vezes,
logo, a forma certa é a que foi feita, e pronto.

Guilherme Zapata

quinta-feira, 25 de novembro de 2010



Um D. lisérgico

Teus beijos líricos e teu corpo lisérgico
Me fazem viajar por universos transparentes,
Com gosto adocicado à boca...
Talvez seja o gosto mágicko do
Néctar das belas ninfas mitológicas,
Aquelas dos tempos de guerra...
Tu causas batalhas ininterruptas em meu ser,
E seres fantásticos surgem nesses momentos...
Uma serpente gigantesca que tenta devorar
Um oceano de néctar divino...
Porém, a ninfa de beleza ímpar resiste bravamene,
Não deixando a serpente mágika consumir
O adocicado mar de tuas entranhas...

Retorno a mim...a ti!
Fundi-me ao teu corpo,
Nesse instante somos só um,
Seres mágikos e lisérgicos
Que gozam do amor, rock n roll...

Guilherme Zapata

Breve Momento
Um olhar que salta em um breve afago
E se afoga em cores cintilantes.
Braços e abraços,
Um corpo nu coberto pelo prazer
Que descobre teus segredos, alheios...
A pele é o cobertor da noite,
o Calor que não deixa morrer
A chama que inflama a arte de nascer
Em caricias profundas, sinceras.
E tu que esperas meu prazer
Com olhar ávido e mãos tremulas,
Coberta pelo orvalho matinal dos corpos,
E com um breve sorriso entre os lábios.
Olha-me pequena,
Pois vejo as estrelas no teu olhar,
Um pequeno e eterno céu se abre
E eu me perco nesse eterno pequeno momento.
Fico alheio a mim, prisioneiro de ti,
Amante carnal das noites insones.

Guilherme Zapata
P.S.: Inspirada em alguém de nome D.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Tens uma beleza simples,
Uma beleza suave,
Com tons de primavera.
Tua pele reserva o frescor do alvorecer.
Queria ser a brisa a envolver o teu corpo
E colher o seu melodioso perfume,
Transportando-o ao deleito dos Deuses.
És uma delicada flor.
Nos lábios seus uma doce canção me sorri
Transportando-me ao Olimpo rudimentar.
Que mimo esses olhos,
Transbordam cores enigmáticas
Jamais contempladas, todavia,
Contendo a simplicidade
E delicadeza angelical.

Guilherme Zapata


O silêncio...
 
Esse silêncio,
Tão importante pra alma,
Completa e renasce,
Transborda e desfaz.

Esse silêncio simples...
É um pássaro voando,
Uma flor cantando
Com teus lábios de pétalas
Que nada dizem,
E mesmo assim, silencia nosso olhar.

Esse silêncio que afoga,
que mantém o dínamo do universo
A transcender as galáxias...
Nebulosas silenciosas.

Esse silêncio é a canção universal,
O som borbulhante que há 
Nas supernovas...
Silêncio pós explosão.

Esse silêncio transcendental,
Que surge nas espirais
E cavalgam em ondas de antimatéria
Até o âmago de nosso ser...

Silêncio simples,
Que habita do átomo solitário
Até os monólitos estelares...
E que assim seja,
Puro e suave, o Silêncio...

Guilherme Zapata

segunda-feira, 13 de setembro de 2010


 Gota de Ilusão

 Hoje, uma singela tristeza se acomodou em minh'alma,
Não é dor, muito menos tormenta ou tempestade,
É tão somente uma gota de solidão...
Talvez o dia tenha brilhado menos,
Ou as cores desbotaram por instantes.
Mínimos instantes...
O dínamo de meu corpo continua estável
E as minhas vontades com robustez
Que me cora a face.
Porém, minh'alma obstinada caminha
Por esta tortuosa trilha,
Todavia, destemida, busca a luz.
Mas não penseis que este sentimento
Seja tristeza verdadeira,
É apenas uma gota singela de ilusão sólida
Nas profundezas inexatas de meus anseios.
Guilherme Zapata

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Nuit

Minhas mãos atadas por sobre o infinito,
E você, linda senhorita, rodopiando por sobre o mundo,
E caminhando por sobre as nuvens...
Como és bela!

És a pálida lua de luz amarela.
És o mundo, e o restante do meu universo.
És canção noturna, e afago infinito!
Ah, como és bela!

Eu, um notívago incansável,
Você, minha bailarina libidinosa,
Amante das estrelas incandescentes,
Por sob o sol da meia noite.
Ah, como podes ser tão bela?

Não, não mais cantarei assim,
Deixarei os impérios se findarem...
Mas o meu amor?
Não! Esse é como a pura energia divina,
É o inconsciente de Deus no princípio.
Ah, como és bela, minha divina Nu!

Guilherme Zapata

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

P.

Como eu queria o teu corpo entrelaçado ao meu agora,
Consumindo o frio que há em minh'alma...
Ah! Como pode ser assim?
Meu corpo perdido, insone,
Procurando o ardor do teu...
Como eu queria um acalanto noturno...
Um só abraço bastava, para acalmar meus pensamentos,
Para acalmar esse meu ser perdido em paixão.
Ah! Meu Deus, como pode ser assim?
Se não mais eu pensasse em ti, doce senhorita,
Seria pura vontade de tê-la.
Não pensar em ti seria mentira, seria eu não existir!
E é difícil existir sem ti...
Ah! Descansa, pobre coração notívago!

Guilherme Zapata

Ser ou não ser,
eis que sou o intervalo
da pavorosa questão.

Guilherme Zapata

domingo, 1 de agosto de 2010


O pecado é uma flor dourada
da qual não poderá
ser jamais tocada.

Guilherme Zapata

Ondas Poéticas

O mar finda em teus lábios,
sou onda que rebenta na areia,
olhar que morre à beira mar.

Espuma de forma rítmica,
sal de mar que se torna mel,
beijos lentos de calor a granel.

Findam assim minhas ondas poéticas,
de forma curta e êxtase louco.
Mundo que se acaba e começa à pouco.

Guilherme Zapata

sábado, 31 de julho de 2010




Procuro uma senha,
um valor exato,
uma cor de fundo
e uma canção profunda...
Ou algo que me traga teu rosto,
despenço dessassogo e desgosto.

Um olhar a granel,
uma flor que tenha gosto de mel,
cinco dias ao mar à deriva de ti,
qualquer coisa que me faça sentir
nunca sem ti...

Guilherme Zapata

sábado, 24 de julho de 2010



Oráculo de Vénus

Nosso corpo, cheiro de pólen,
perfume do vento, sedento.
Primavera nos olhos, Setembro,
signo tão virgem.
E o teu perfume labirinto,
puro segredo de esfinge.
Devora-me ou desnudo-te,
noite à fora e eternamente.
Nosso amor é semente
que floresce tarde à dentro,
meu oráculo de Vénus.

"Ver-nus"

Guilherme Zapata

sexta-feira, 23 de julho de 2010

 
Caleidoscópio

Um turbilhão sonoro ecoou em meus tímpanos,
quebrando então o restante de razão
que em meu cérebro jaziam...
Agora estou assim,
um verdadeiro caleidoscópio de pedrinhas de razão,
que brilham como cristal à luz do sol,
com milhões de cores, quase infinitas...
Agora sou assim,
pedrinhas de razão que se atam nas cores primárias
e vão se unindo mais e mais, formando brilhos infinitos,
um turbilhão de cores que devoram a razão.
Fim. 

Guilherme Zapata


Paradoxo do Eu

A ausência minha em mim mesmo
Causou-me dor profunda na alma
Que pensei não mais existir.

Sou o outro de mim mesmo
Dentro de um corpo entorpecido
Pela dor de não ser mais aquele que fui.

Outrora, fui o eu que pensei não ser,
E agora sou esse Eu aquém de meu ser.

Ah! Se Deus ao menos pudesse me ouvir,
Porém,a quem ele escutaria?
Talvez fosse o outro que falas com a voz do meu Eu...
E eu sendo o outro que está aquém desse Eu mesmo falaria com qual voz?...

Ai Deus! Perdi-me de mim mesmo,
E agora perdido não sei por onde ser...

Guilherme Zapata


A.

Ah Deus,
se me fosse reservado aqueles olhos
e aquela pele angelical,
juraria vencer todas as quimeras...
Venceria o mundo, e diria apenas sim...
Seria todo amor,
traria a paz em minhas mãos
e a colocaria no coração de cada homem.
Traria também canção e poesia
para acomoda-la na alma como fantasia,
pois essa seria a esperança de cada ser vivente,
e cravaria nos diamantes de brilho eterno o "A" que há em teu nome,
e que também é "A" que traz Amor e Paz ...
L'amour... Há paz nos corações!

Guilherme Zapata
Litoral

Meu coração bate
junto as dobras do mar,
num ritmo atípico,
hora forte, hora suave...
Vento forte à beira mar
traz de longe teu olhar,
como numa nuvem de areia
rabiscos entre as nuvens, raio solar.
Assim é teu sorriso,
puro brilho dourado,
mar azul por trás dos montes,
coração a trovoar em longas tempestades.
Ecos sonoros... sonoros....
Assim ao longe me vem ti,
vento à beira mar,
litoral a par de mim.

Guilherme Zapata

 
Leminskiana

Paulo canção,
incenso flutuante,
de óculos redondo
e poesia rodopiante.

Aí cai letras,
palavras desconexas
conectas ao ar,
transforma-se em alma, calma.

Cromatizando
do azul ao verde,
amor transparente.
Transcende,
em amarelo amor,
cor de sol ou
Acorde bemol.

Incenso musical,
Lá me transformou em Sol
diminuto
agudo.
Acorde final,
amor musical.

Guilherme Zapata




Meu coração é um mar em fúria
que rebenta em teus lábios.
Mar à procura de um par,
par na procura de um cantar...
Oceano transcendental.
Minha imaginação é como um vendaval
que enfurece e devasta,
que não deixa sombras, apenas dúvidas,
  e teu amor suaviza minhas tempestades...

Guilherme zapata