segunda-feira, 26 de setembro de 2011


F.

A meia noite perco-me em tuas horas,
desapareço na brisa fria
E penetro docemente em teu ser.
A canção ao fundo embala nossos suspiros
E meu olhar se perde no infinito de tua alma.
Teu sabor agridoce e tua pele macia...

Meus lábios percorrem esse horizonte

alvo e voluptuoso...
Noite sem fim, frenética,
E assim permaneço eternamente
a deriva em teu mar,
Apenas eternizando tal momento...

Guilherme Zapata

terça-feira, 8 de março de 2011


Concerto Sinestésico

As notas corriam soltas pelo ar
Em coloridos magníficos.
Verde, amarelo, azul...
Um arco íris sonoro, que ao seu fim
formavam ondas esfumaçadas
e sumiam lentamente...
Sons borbulhantes, que ecoavam
suavemente em meus tímpanos.
Era canção se misturando ao vento,
formando uma atmosfera cantante,
alegre e toda penetrante.
por instantes, a paz se
conectou ao universo,
trazendo um novo mundo
às minhas velhas retinas...

Guilherme Zapata

segunda-feira, 7 de março de 2011

 
Em teu leito de loucura, cura-me a alma.
Almejando pleno desespero a noite velada,
E a lua nua andando sai
Girando, girando, a girar vai.
E teu ar, raro efeito em meio as nuvens,
Vens nua e suave.
Alma branca e de ancas largas
Que me alaga os olhos..
Ostentando o céu,
Claro e doce mel
Meu brinquedo que quedas a noite
Testando-me cai...
Ardente, libidinosa serpente,
Por entre os dentes teu sabor me cala,
Tão pálida, assim és tu que me fala...

Guilherme Zapata
P.S.: Imagem Laurent Laveder

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011



Tão Simples

A lua,
espelho do sol,
que enfeita o céu escuro
salpicado de estrelinhas.
Todas tão pequeninas
que me lembram teus mínimos olhinhos.
Brilhos noturnos no céu da meia noite,
corpos nus em nossa cama ao meio dia,
e a lua que vai voltar com a luz que ilumina
nosso quarto ao cair do dia.

Guilherme Zapata
P.S.:Fotografia de Laurent Laveder

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


Amor-zinho!

Hoje amanheci mais cedo.
Acordei o dia
E mandei o sol se levantar.
De tão bravo,
Ao meio dia ele se pôs a pino,
E assim tão claro
Tentou ferir-me os olhos nus.
Sim, era verão,
E todos os dias carregavam o clarão.
Na verdade,
Nesse mês tudo rima com ão
Só o meu amor - Termina em - zinho

Guilherme Zapata

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

 
Sem porvir
 
Um misto de paixão e poesia,
Apenas um jogo de pura ilusão.
Antes fosse anjo e tivesse asas,
Mas era simples fumaça ao léu.

Era um corpo nu e vazio,
Tinha um vagaroso olhar
E um vago sorriso silencioso...
Era puro devaneio inebriante.

Pele alva e alma obscura,
Que outrora era luz contagiante...
Um pedaço cortado, e outro dilacerado,
Era coração partido a todos os lados.

Era a bandeira negra da partida,
Um adeus nos lábios já cortantes.
Era o fio fino da navalha do destino
Cortando todos os laços da paixão...

Guilherme Zapata

domingo, 23 de janeiro de 2011


...

Não desejo palavaras que levem a filosofias profundas,
Pois nas pronfundezas só há escuridão,
E lá todas as coisas perecem.
A verdadeira filosofia é simples e superficial,
É clara feito a luz dourada
Que transparece no límpido lago dos pensamentos criativos.

Guilherme Zapata

Aquarius

Um corpo de luz,
Uma semente dourada,
A aurora dos tempos,
A água viva sagrada.

Um novo mundo quase amanhece

Uma nova canção com beijos de amor
Floresce então uma nova paixão

Guilherme zapata

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Anjo
Teus olhinhos seguem minha sombra
E seguem também meus largos passos,
São duas borboletas coloridas piscantes
Que alegram minhas manhãs frias.

São pedrinhas coloridas de azul do céu,
Sem nuvens carregadas, sem chuva a granel.
Apenas brilham como o sol no firmamento
Para ensolarar minh'alma descolorida.

És assim, sempre fiel,
Nesse mundo demasiado cruel!
Guilherme Zapata

domingo, 2 de janeiro de 2011


O poeta pinta

O poeta pinta o céu com caligrafia incompleta
Em nuvens cinzas de papel...
Quase tudo é envolvente,
Menos os teus braços em meus abraços.
É o colorido desbotado das flores
Que pisadas, jazem no úmido e frio chão.
É um anjo soprando frio
O arrepio que me cala todas as palavras.

Mais uma vez é o poeta que pinta sem tinta
todas as palavras nas almas entristecidas.
É a palavra quente que queima a boca,
É do desejo frio que adormece a face.
São duas mãos desencontradas
Depois do amor feito a noite...

E o poeta ainda pinta sem tinta e papel,
Apenas com pensamentos hipotéticos
versos que nunca serão versos,
Pois ele adormeceu enquanto se inspirava
Na escuridão das pálpebras sem cores...

Guilherme Zapata