domingo, 2 de janeiro de 2011


O poeta pinta

O poeta pinta o céu com caligrafia incompleta
Em nuvens cinzas de papel...
Quase tudo é envolvente,
Menos os teus braços em meus abraços.
É o colorido desbotado das flores
Que pisadas, jazem no úmido e frio chão.
É um anjo soprando frio
O arrepio que me cala todas as palavras.

Mais uma vez é o poeta que pinta sem tinta
todas as palavras nas almas entristecidas.
É a palavra quente que queima a boca,
É do desejo frio que adormece a face.
São duas mãos desencontradas
Depois do amor feito a noite...

E o poeta ainda pinta sem tinta e papel,
Apenas com pensamentos hipotéticos
versos que nunca serão versos,
Pois ele adormeceu enquanto se inspirava
Na escuridão das pálpebras sem cores...

Guilherme Zapata

4 comentários:

  1. Perfeita pelo lado mais belo e melancólico que um poeta pode ter...

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  2. Aahh, muito obrigado *-* Fico sempre feliz com seus comentários, pois vc sim escreve muito bem!!^^
    e eu sempre pintando sem tinta e sem papel... =P

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  3. Parabéns por retratar a beleza da melancolia atráves da arte.... Lindo dançar de palavras...

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  4. Aaah, muito obrigado!! *---*

    Lindo dançar de palavras acompanhado da melancolia...

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